Atual Antiga
Olá pessoal há 1.800 anos não escrevo no blog, por falta de tempo,
ideias, outros projetos e etc...
Vendo o Encontro com Fátima Bernardes abordando o assunto me
identifiquei muito, pois hoje mesmo com algumas mudanças aquilo está ali
presente.
Quando criança até praticamente a fase adulta (minha mudança
tem cerca de dois anos), tinha/tenho problemas visuais no caso o estrabismo. Um
problema no qual devido às “chacotas” dos coleguinhas e familiares fez com que
eu tivesse muito problema com aparência.
Eu era uma criança muito quieta, movida apenas pelo
incentivo de outros para interagir, em casa apanhava dos meus irmãos maiores e
menores por ser muito pequena, quieta e fraquinha e também sofria chacotas
diárias dentro de casa por causa do meu problema, não só da parte das crianças
como também dos adultos.
Claro um estrabismo não é nenhum problema sério que possa se
dizer que eu esteja exagerando é algo fácil de ser corrigido quando os pais
querem corrigir o que não foi o meu caso.
Há um tempo achamos um gravador da minha mãe que na época
ela escondia de nós para não toma-lo como brinquedo, mas às vezes não tinha
jeito e parava em nossas mãos.
Então depois de anos mais de 15 acredito, achamos o tal do
gravador e fomos testá-lo. Na gravação havia vozes de crianças uma um pouco
mais acentuada na qual a voz era o meu irmão mais novo gritando “caolhinha”
entre outros adjetivos e eu bem no fundo um pouco mais baixo gritando com voz
chorosa “para,para,para”...
Num momento me impactou um pouco, mais não é nada que eu já
tenha recordado.
Tive muitos problemas com aparência até os 20 anos, era
muito tímida, só dialogava com pessoas que tinha mais contato diário, e nunca
encarava as pessoas nos olhos, não tinha muita voz ativa, era uma pessoa
comandada pelas outras.
Eu tinha/tenho um corpo muito bonito ,magro ,cheio de curvas,
bumbum acentuado e não achava isso nada bonito, apesar dos elogios dos outros,
e sentia até ofendida.
Pelo problema da timidez, entrei na dança de salão. Um tipo
de dança que me ajudou bastante, pois você tem que encarar seu parceiro aos olhos.
Fiz por três anos e isso me deu confiança o bastante, pelo menos para pensar
que as pessoas devem gostar de mim pelo que eu sou e não pela minha aparência.
Então a 2 anos atrás decidi ir a um novo consultório de
oftalmologia para fazer exames de rotina, já que havia anos que não ia. Então
um médico me apresentou um modo alternativo para tratar meu estrabismo, mas não
deveria ter muitas esperanças, pois poderia não dar certo.
Passei pelo processo por 1 ano, e meu estrabismo “se curou”
sem métodos cirúrgicos e óculos especializados.
O médico me deu a opção cirúrgica apenas como uma opção de estética.
Não quis realizar a cirurgia e nem quero. Uso lentes de contato e já é o
suficiente.
Depois do problema corrigido, fiquei um pouco mais vaidosa,
uso maquiagem, e me arrumo um pouco melhor... Mas sempre fica aquela impressão
de “você tem que se arrumar melhor que as outras porque não é tão bonita”.
Depois que este problema foi sanado passei um período de
grande estresse e perdi meu corpão típico da mulher brasileira. Do manequim
40/42 fora reduzido para o 36 o que me fez ser alvo de comentários das pessoas
mais próximas e dos vizinhos.
Chegaram a insinuar que estava anoréxica e vizinhos
abordavam minha mãe na rua para perguntar se eu estava doente.
Isso me afetou bastante, pois mesmo sabendo que não tinha nada,
por um momento acreditei nas pessoas e também achei que estava doente.
Fui a médicos, eu mesma pedia exames disso e daquilo, e
cheguei a praticamente a implorar a minha médica para me recomendar um
nutricionista mesmo sem necessidade.
Por ser pequena estou no meu peso ideal, na verdade não
perdi peso, perdi massa muscular. Minha estrutura sempre foi magra, e sem massa
muscular fiquei um “faquir”.
Hoje quanto ao peso e a aparência já me acostumei, mais
sempre fica aquele pensamento de que tem gente muito mais bonita que eu por
ai..De vez em quando há aquela recaída (principalmente na TPM) na qual me sinto
a pior pessoa do mundo e a mais feia.
O motivo no qual eu escrevo este post é alertar mais as
pessoas quanto este tipo de abordagem, às vezes dentro de casa mesmo você achando
que não tá agindo mal, você critica seu filho, ou algum outro parente. Quantas
vezes você não já pegou algum parente ou amigo próximo dizendo pro filho “Para
de comer igual um (a) porco (a)”, ”olha como você está gorda (a)”, “está
parecendo uma baleia” e por ai vai... Quando começa na escola pode ter a ajuda
dos educadores ou não, e também há mais pessoas para passar a observar o
comportamento dos seus filhos.
E quando isso parte dos dois lados!?Para onde correr?
Foi o que aconteceu comigo e me deixou bastantes sequelas,
ainda não busquei ajuda da psicologia, porque acho que estou levando a vida
numa boa, ou talvez a minha “vida numa boa” ainda não seja o ideal.
Ainda não me vi pronta a falar disso abertamente, de uma
forma completa e desafogando tudo que está guardado dentro de mim.
Mas depois que aprendi a dançar, aos trancos e barrancos
aprendi a me maquiar com ajuda de muitos gurus pela net. (pausa para feminices
principalmente) fiquei bem melhor.
É difícil achar roupas do meu tamanho sem ter que completar
o look com a sessão adolescente, mas tudo bem rsrsrs.
Sai da aparência de gostosa, para aparência elegante. Tô me
sentindo melhor assim ficava muito constrangida com as pessoas me chamando de “gostosa”
e “tanajura” rsrsrs
A sociedade, até nós mesmo não está satisfeito com nada, se
você segue um padrão da magra fina diz que você passa por anorexia, se você sai
desse visual e ganha um corpão cheio de curvas e massa está tomando bomba e por
ai vai.
O alerta é: Preste atenção no comportamento dos seus filhos,
não os critiquem tanto, e caso você comece a ficar insatisfeito com a aparência
de seu filho tente mudar aos poucos fazendo parecer algo natural, comece trocar
os hábitos alimentares aos poucos, sem deixar de parecer que “você está
proibindo ele de comer aquilo, pois ele está gordo igual uma baleia”.
Ame seu filho independente de sua aparência, e ensine ele a
se defender!!!!!!!!!
Bjs galera!!!!!
Por Thatyane Rosa
4 Desabafos:
Me identifiquei muito com seu texto Tati. Eu já sofri muito bullyng também. Nunca me senti próxima o bastante para falar sobre isso nem com minha família. Te compreendo, sei como é dificil e que as marcas sempre estão lá. Fico feliz por você ter tido forças para lutar contra tudo isso.
Obrigada,querida!!!Realmente é difícil falar sobre isso,aconteceram mtas coisas ruins durante minha infância, e durante mto tempo me vi sufocada,criei o blog para desabafar os primeiros posts coloquei td pra fora,uma tristeza q só...Mas dps foi modificando os posts ficaram mais dinamicos e assimilados ao cotidiano,o humor do blog foi mudando junto com o humor da autora.Eu nunca falei abertamente disso com alguem de carne osso,principalmente um familiar como posso dizer q parte daquilo fora ele que causou!?
Me identifiquei demais com seu relato. Sempre tive graves problemas com a autoestima também, desde muito pequeno. Sempre fui tímido, controlado pelas outras pessoas, submisso, não tinha personalidade. Todos me diziam que eu era feio, até de retardado me chamavam, pois eu era muito retraído.
Cresci me sentindo um lixo. Hoje, já me sinto melhor, mas ainda restaram sequelas do passado que me atrapalham até hoje, me impedindo de fazer muitas coisas as quais sinto vontade.
Muito lindo o seu relato.Eu passo por uma fase que é dificil de acreditar,hoje com 40 anos ainda sofro criticas horrendas pelo aspecto físico.Trocamos a essencia pela aparencia.salvo que nao escolhemos ser fisicamente,Deus nos deu a vida,mas infelismente a criatura deturpa a imagem.Enfim meu propósito é viver para DEus infinitivamente.Fique em paz e com DEUS.
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